terça-feira, 29 de março de 2011

O preconceito a deficiência mental

Abrace esse causa


Constantemente conhecemos e recebemos, crianças com queixa ou suspeita de deficiência mental, que ao final do diagnóstico, não mais surpreendentemente, constatamos grandes dificuldades emocionais e, às vezes, de relacionamento entre professor e aluno. O que detectamos é que o professor, muitas vezes, diante da dificuldade de trabalhar com um aluno em sala de aula, o diagnostica como Deficiente Mental.
Algumas providências já se tentou tomar para o tratamento de "crianças problemas" que acabam por levantar suspeitas de Deficiência Mental. Ora se criam classes especiais, colégios especiais, ora se revogam certas decisões, o que me parece é que não se sabe bem o que fazer com as chamadas crianças suspeitas de serem deficientes mentais.
Na história da doença mental, podemos verificar que tudo aquilo que fugia à compreensão do homem era considerado demoníaco, ou seja, do mau, e junto com essa denominação, caminhava a seu lado a desqualificação.
Encontraríamos aí, na histórica da doença mental, a origem de nossos preconceitos com relação à Deficiência Menta (DM)? Apesar do conhecimento que já se tem a respeito da DM e das crianças suspeitas de portarem tal limitação, muitas pessoas ainda a consideram uma doença. Podemos detectar esse preconceito através da observação das atitudes sociais frente a essas crianças. Esses indivíduos provocam aversão e afastamento do meio social como se fossem portadoras de doença contagiosa. Aquilo que é diferente e desconhecido é ameaçador. Com relação à DM, estudos agora comprovam que ela não é uma doença, mas sim uma condição.
Podemos pensar que quanto mais narcísica for uma sociedade, uma cultura, maior a exigência de perfeição e de igualdade entre seus membros. Tudo aquilo que não se adequar aos padrões considerados "normais" ou desejados, fica condenado à discriminação e rejeição; a condição de diferente leva a uma classificação pejorativa. Encontramos muito esse tipo de comportamento em adolescentes, que nada mais representam em escala elevada os sentimentos e pensamentos de uma sociedade. O adulto, por uma questão moral e social, aprendeu a disfarçar seus sentimentos considerados inadequados, moralmente feios, através de informações ou de um discurso bem articulado. Portanto, é sabido que a pessoa com DM não é um doente, mas sim alguém com uma condição diferente, com limitações. Mesmo portadores dessa informação, encontramos poucos profissionais dispostos a trabalhar com essa população.
Em um estudo realizado na Universidade Santo Amaro a respeito de atitudes e crenças dos graduandos em relação à DM, Feitosa (2000)* constatou que, mesmo tendo informações sobre a DM, alunos do curso de pedagogia e de psicologia não pensam e não têm vontade de trabalhar com pacientes ou alunos portadores de DM. Ou seja, somente a informação não habilita ninguém a trabalhar de maneira adequada com crianças ou pessoas com Deficiência Mental nem, muitas vezes, desperta o desejo por esse tipo de trabalho, mas sim, o que pode facilitar a inserção de um profissional para o trabalho com esses sujeitos é a capacidade de lutar contra os próprios preconceitos; conhecê-los e admiti-los é o primeiro passo para se lutar contra eles.

Torna-se necessário assim que, além da informação, os profissionais responsáveis pela formação de psicólogos e pedagogos trabalhem os estereótipos e preconceitos que ainda existam por parte desses alunos no trabalho com sujeitos portadores de DM. Excluí-los do convívio social, só agrava a diferença e aumenta a limitação do indivíduo. È preciso estimular esses sujeitos para minimizarmos as diferenças e aproveitarmos seus potenciais a fim de podermos construir indivíduos produtivos para a sociedade.

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