segunda-feira, 14 de março de 2011

Mitomania


Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas vistas pelos que sofrem do mal como realidade.
          
      
      "Na mitomania, ao contrário, a mentira é uma finalidade em si", salienta o professor Jeammet. "Contam-se histórias ao mesmo tempo que se acredita nelas. É também uma forma de consolo. Esse distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente." Diante desse distúrbio, existe o risco, notadamente quando há crianças envolvidas e a justiça é acionada, de tomar as declarações mitômanas  em primeiro grau, como ocorreu no caso de Outreau. Ora, a criança inclinada à mitomania e que constata que sua mentira é entendida como verdade, estimam os psiquiatras infantis, tem um sentimento de prazer e de poder que pode facilmente incitá-la a recomeçar.
      Para o professor Jeammet, os casos evidenciam comportamentos mitômanos que não têm nada de verdadeiramente novo, a não ser a divulgação pela mídia de que foram objeto, antes mesmo que se descobrisse que os fatos alegados não ocorreram. "A maioria das mitomanias é bem construída e se alimenta de histórias verossímeis", ele explica. "Assim, é lógico que as pessoas próximas se deixem atrair para o jogo, pois não podemos de todo modo começar a suspeitar de que todos são mitômanos." Nesses casos, tudo se passou como se a produção mitomaníaca tivesse-se cristalizado sobre os temas mais propícios a atrair a atenção da mídia,  precipitando ao mesmo tempo a descoberta da realidade; uma descoberta que o mitômano vive sempre como especialmente martirizante. A maioria dos psiquiatras estima hoje que o modelo psicanalítico (caracterizado pela atenção flutuante e a neutralidade bem-intencionada) não é de natureza a ajudar o mitômano, na medida em que jamais o coloca na situação de confronto com o real que ele nega. Para alguns, constitui até mesmo uma contra-indicação, na medida em que a escuta leva a fortalecer a mitomania. Nesse contexto, a melhor resposta reside muitas vezes na implementação de um quadro de cuidados que associa o tratamento em meio psiquiátrico do problema subjacente a um acompanhamento psicoterápico. Resumindo a mitomania é uma distúrbio de personalidade onde o paciente possui uma tendência compulsiva pela mentira. Uma das grandes diferenças do mentiroso esporádico ou “tradicional” para o mitômano, é que no primeiro caso o indivíduo não tem resistência em admitir a verdade, enquanto o portador da compulsão por mentir usa a mentira em proveito próprio ou prejuízo de outro de forma imoral e a insensível sem sentir necessidade de desfazer o engano. O mitômano é o indivíduo que mente compulsivamente. Algumas vezes são mentiras pobres de conteúdo, enquanto outras vezes são pitorescas, elaboradas detalhadamente, o que induzem o próprimo mentiroso a acreditar nelas. Na mitomania  o paciente usa a mentira de forma consciente para enganar pessoas e tirar vantagens, ele nunca admite suas mentiras embora tenha plena consciência de que são histórias imaginárias, e também não se constrange ao vê-la descoberta. Esse comportamento patológico se torna um estilo de vida difícil de ser controlado como qualquer outra doença psiquiátrica.

Um comentário:

Deby disse...

Me ex namorado eh mitomaníaco. Terminei mas sofro muito!!! existe como ajudar e existe como mudar este quadro????